MENU



A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Revelação 2, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado na caça ilegal e na pesca predatória no interior do Parque Nacional do Iguaçu, unidade de conservação federal. A ação dá continuidade a investigações que já haviam identificado o uso de logística estruturada para a prática dos crimes ambientais.
A operação contou com o apoio de servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Polícia Militar Ambiental do Paraná. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Nova Prata do Iguaçu e Capanema, no Sudoeste do Paraná.
Segundo as investigações, os envolvidos utilizavam embarcações para atravessar o Rio Iguaçu e acessar áreas restritas da mata, onde instalavam estruturas conhecidas como cevas, saleiros e jiraus, utilizadas para atrair e abater animais silvestres, como pacas, catetos e veados-mateiros.
Além da caça ilegal, o grupo também é investigado pela pesca de espécies ameaçadas de extinção, entre elas o Surubim-do-Iguaçu, em local de proteção integral, onde a atividade é expressamente proibida. Há ainda indícios de que uma onça tenha sido atingida por disparo de arma de fogo dentro do Parque durante as ações criminosas.
Elementos colhidos anteriormente, como análises de dados telemáticos, além da apreensão de armas e munições, apontam que os suspeitos agiam de forma profissional e reiterada, chegando inclusive a monitorar as atividades de fiscalização da Polícia e do ICMBio para evitar flagrantes.
A operação desta quinta-feira teve como foco a apreensão de novas armas de fogo, apetrechos de caça e pesca, carcaças de animais e dispositivos eletrônicos, que possam reforçar a autoria e a materialidade dos crimes investigados. Os delitos apurados incluem associação criminosa, caça ilegal, pesca proibida e tráfico de armas e munições.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça determinou a aplicação de medidas restritivas de liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica em três investigados.
Durante o cumprimento de um dos mandados, em Capanema, um dos alvos foi preso em flagrante após tentar esconder armas e munições sob o local onde funcionava uma rinha de galos. A prisão foi fundamentada nos crimes previstos no artigo 14 da Lei nº 10.826/2003 (posse ilegal de armas e munições) e no artigo 32 da Lei nº 9.605/1998 (crimes ambientais), além de maus-tratos a animais, envolvendo 31 galos-de-briga e esporas de aço utilizadas nas lutas.
Além da prisão em flagrante, a Polícia Militar Ambiental do Paraná aplicou multa administrativa no valor de R$ 93 mil por maus-tratos à fauna, reforçando a responsabilização dos envolvidos nas esferas penal e administrativa.
As investigações seguem em andamento para análise do material apreendido e para apurar o possível envolvimento de outros integrantes no esquema criminoso.
Fonte: Redação Rota do Sol



