A decisão atendeu, na quarta-feira (27), a um pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e considerou que há “indícios suficientes da ocorrência de dolo eventual na ação” do motorista indiciado por causar o acidente.

Anteriormente, o caso era apurado pela Vara de Delitos de Trânsito. O MP-PR também pediu a prisão do motorista no documento, porém, na decisão, o juiz Lourival Pedro Chemim não cita definição a respeito disso.

Manuela Queiroz Vicentini morreu no hospital na quinta-feira (21). Ela estava internada desde domingo (17), quando o carro em que estava com o marido foi atingido por outro veículo. A criança que ela esperava também morreu.

O motorista do outro veículo, Samuel Alisson Soares Barbosa, furou a preferencial e dirigia embriagado, segundo a polícia.

Logo após o acidente, ele se negou a fazer teste do bafômetro. Veja vídeo abaixo.

Após a batida, Samuel Barbosa foi preso em flagrante por lesão corporal qualificada e embriaguez ao volante.

Por decisão da Justiça, ele foi solto na terça-feira (19), mesmo dia em que o bebê de Manuela não resistiu aos ferimentos e morreu.

O despacho que determinou a soltura do suspeito alega que ele não foi interrogado por autoridade policial e que, por isso, a prisão foi avaliada como ilegal.

Após a morte da vítima, o advogado Airton Adonsk Júnior, que defende o motorista, informou que o cliente está arrependido e passando por tratamento psicológico.

“Responderá na medida da sua culpabilidade e não se eximirá das reprimendas estatais, tanto na seara civil quando penal”, disse.

Ainda segundo o advogado, o suspeito realmente se recusou a fazer o exame do etilômetro, mas, segundo ele, porque Samuel sofreu agressões por parte da primeira equipe de policiais que atendeu no local do acidente.

O advogado Igor José Ogar, que representa a defesa da família da vítima, disse que o MP e o juiz acataram um pedido da defesa para que fosse encaminhado o inquérito policial ao Tribunal do Júri, por se tratar de competência exclusiva do tribunal popular.

“O caso é homicídio doloso na modalidade dolo eventual, o motorista dirigia embriagado, em alta velocidade, manuseando o celular e fazendo roleta russa em via preferencial”, destacou.

Conforme as investigações, o carro onde estava Manuela foi atingido pelo carro dirigido por Samuel Barbosa, que furou a preferencial.

O caso é investigado pela Polícia Civil. O acidente aconteceu em um cruzamento, ao lado do cemitério do bairro Boqueirão.

O marido de Manuela, Carlos Daniel, afirmou que com a força da batida, a jovem foi arremessada para fora do carro.

“Acertou bem na porta dela. Após a pancada eu apaguei. Eu acordei no banco de trás, ela já não estava dentro do carro. Eu sai do carro ela estava do lado de fora, caída e gritando com muita dor”, disse.

Uma testemunha que chegou logo após o acidente relatou como viu o motorista suspeito de causar o acidente. “O que me incomodou muito foi que esse condutor, que causou aparentemente esse acidente, fazia expressões de deboche. Dizendo que não ia dar nada a situação”, detalhou.

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