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O caminhão incendiado que foi usado pelos criminosos para evitar a saída dos carros da Polícia Militar (PM), na tentativa de assalto à transportadora de valores de Guarapuava, na região central do Paraná, foi retirado de frente do batalhão nesta manhã de terça-feira (19).
A tentativa de assalto aconteceu entre a noite de domingo (17) e madrugada de segunda-feira (18). Dois policiais e um morador da cidade ficaram feridos. Mais de 30 criminosos fugiram sem levar nada, segundo a polícia. Até a publicação desta reportagem, um suspeito havia sido preso e liberado após prestar depoimento.
Além do veículo, os criminosos, de acordo com o Secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho, o 16º Batalhão da Polícia Militar foi alvo de mais de 100 tiros.
Para os moradores da região do batalhão a noite de domingo foi de tristeza. Um casal ouvido pela reportagem que vive em Guarapuava há mais de 40 anos contou que nunca havia passado situação de tanto medo.
“Escutamos muitos tiros. Ficamos quieto, não saímos na porta e nem na janela”.
Caminhão incendiado em frente a batalhão da Polícia Militar em Guarapuava é retirado por guincho — Foto: Marcela Carvalho/RPC
Conforme a PM, cerca de 260 policiais realiza um cerco em uma região de mata, onde acredita que os assaltantes estão. A estratégia se concentra no distrito da Palmeirinha, que fica a 20 km do Centro de Guarapuava.
A região tem várias propriedades rurais e 4 mil habitantes.
Além dos trabalhos por terra, a polícia também usa helicópteros e câmeras termográfica.
Vídeos mostram trabalho de buscas da PM por suspeitos de ataque a empresa, em Guarapuava
Imagens registradas pelo Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) da Polícia Militar mostram a visão aérea do trabalho de buscas por suspeitos. Assista ao vídeo acima.
O tenente-coronel do BPMOA, Júlio Cesar Pucci dos Santos, explicou o acompanhamento aéreo da movimentação das equipes de policiais que avançam por terra na busca pelos suspeitos.
Segundo ele, na região das vias rurais, os policiais observam pelo alto se ocorre alguma movimentação em área de mata, após as passagem das equipes de segurança. Na primeira madrugada de buscas, nenhum suspeito foi localizado.
“Ficamos monitorando a noite inteira, estrategicamente, junto com alguns policiais militares fazendo o perímetro. Infelizmente, nada de concreto foi alcançado nesta madrugada, mas estamos trabalhando e procurando incansavelmente esses marginais”, disse.
O acompanhamento, segundo Pucci, ocorre em áreas em torno de onde foram abandonados os carros após o ataque.
“Caso tivesse algum suspeito na mata, seria o momento oportuno em que os marginais se movimentariam, para aproveitarem a noite para progredir na mata em cima da camuflagem da escuridão”, comentou.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), os assaltantes fugiram sem levar dinheiro da empresa de valores.
Testemunhas disseram que os suspeitos fizeram moradores reféns e fecharam os acessos da cidade. Os criminosos colocaram fogo em dois veículos em frente ao batalhão da Polícia Militar para dificultar a ação dos agentes de segurança.
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A secretaria informou ainda que 12 veículos usados pelos bandidos foram localizados. Desse total, quatro deles foram queimados e usados como barreiras pelos criminosos.
Além disso, foram apreendidos dez armas de fogo, um carregador, munições, capacetes, coletes balísticos, balaclavas, facas, celulares e lanternas, um par de placas de veículo e R$ 1,4 mil em espécie.
A Polícia Civil informou ainda que realiza investigações de alta complexidade com o cruzamento de informações do setor de inteligência.
Segundo a polícia, equipes de operações especiais estão nas ruas na busca pelos criminosos, acessando câmeras de segurança e coletando relatos de moradores.
Papiloscopistas também trabalham na apuração de vestígios de impressões digitais em objetos, veículos e locais de crime.
A Polícia Militar (PM) informou que, por segurança, optou por não entrar em confronto armado com os assaltantes dentro do perímetro urbano de Guarapuava. Entretanto, houve troca de tiros na área rural.
Cronologia da tentativa de assalto em Guarapuava — Foto: Wagner Magalhães