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Câmara de Curitiba recorre de decisão que suspendeu sessão que poderia cassar mandato de Renato Freitas


A sessão de cassação, que seria realizada na quinta-feira (19), foi suspensa após a defesa de Freitas conseguir uma liminar expedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública.

A Justiça detalhou que a sessão deveria ficar suspensa até a conclusão da sindicância interna da CMC a respeito do uso indevido do e-mail institucional para ofensas racistas contra o parlamentar, que foram atribuídas ao também vereador, Sidnei Toaldo (Patriota). Carol Dartora (PT) e Herivelto Oliveira (Cidadania), vereadores pretos, também foram ofendidos no e-mail.

Renato Freitas, vereador de Curitiba, denunciou e-mail com ofensas racistas atribuído a parlamentar que pediu cassação do mandato dele no Conselho de Ética — Foto: Reprodução/RPC

Renato Freitas, vereador de Curitiba, denunciou e-mail com ofensas racistas atribuído a parlamentar que pediu cassação do mandato dele no Conselho de Ética — Foto: Reprodução/RPC

Nesta sexta, para respaldar o pedido de reconsideração ao TJ-PR, a CMC apresentou um estudo prévio solicitado pela Corregedoria da Casa de Leis, que detalha dados apurados pela Diretoria de Tecnologia de Informação e Comunicações, negando a autoria de Toaldo no e-mail.

No documento, a diretoria diz que, para o envio, foi utilizado um serviço de e-mail anônimo, hospedado na República Tcheca, que não armazena registros para auditoria ou mapeamento de informações, tais como hora, data e endereço de envio.

“Percebe-se que houve claro objetivo de forjar o remetente da mensagem, simulando as credenciais de envio como sendo as do vereador Sidnei Toaldo. Tal serviço de envio de e-mails anônimos pode ser acessado por qualquer pessoa e facilmente é possível reproduzir a fraude”.

O estudo que respaldou o pedido ao TJ-PR foi enviado, antes, ao presidente da Câmara, Tico Kuzma (Pros), assinado pela corregedora da CMC, vereadora Amália Tortato (Novo).

Nesta sexta, a defesa de Renato Freitas contestou o parecer da Corregedoria.

“A Câmara de Curitiba, retificando a alegação de mácula e parcialidade na condução do procedimento ético disciplinar em face de Renato Freitas, tenta utilizar-se de argumentos ardilosos para reverter a medida liminar e poder reagendar a sessão extraordinária suspensa, tudo com o fim principal de obter rapidamente a cassação do ora agravado”, disse o advogado Guilherme Gonçalves.

O caso do envio de e-mail também está sendo investigado pela Polícia Civil (PC-PR), a partir de denúncias feitas por Freitas e Toaldo. Por isso, a Câmara disse que também enviou à polícia as informações técnicas apuradas na Casa.

Não há data o recurso apresentado pela Câmara ser julgado no Tribunal, porém, por se tratar de um agravo de instrumento, caberá a uma das Câmaras Cíveis do TJ-PR analisar a demanda.

Se a tutela solicitada for concedida, a CMC ficará novamente habilitada a retomar o rito da submissão ao plenário da cassação de mandato, aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em 10 de maio por cinco votos favoráveis e dois contrários.

  • Vereadores citam quebra de decoro e representam contra parlamentar que interrompeu missa
  • Maioria do Conselho de Ética da Câmara vota pela cassação do mandato de Renato Freitas
Justiça suspende sessão da Câmara de Curitiba que julgaria pedido de cassação do vereador Renato Freitas — Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Curitiba

Justiça suspende sessão da Câmara de Curitiba que julgaria pedido de cassação do vereador Renato Freitas — Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Curitiba

Pedido de nulidade do processo

Em 17 de maio, a defesa do vereador Renato Freitas entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara, pedindo a anulação do procedimento contra ele.

Contudo, na manhã desta quinta-feira (19), por 5 a 1 votos, a CCJ negou o pedido da defesa do vereador, antes mesmo de a Câmara ser notificada da suspensão da sessão que julgaria a cassação.

A reunião da CCJ foi dirigida por Mauro Ignácio (União), já que Osias Moraes (Republicanos) e Pier Petruzziello (PP), presidente e vice, declararam-se impedidos por serem autores de representações contidas no procedimento contra Renato.

Pelo arquivamento do recurso, votaram com Fachinello os vereadores Ignácio, Amália Tortato (Novo), Beto Moraes (PSD) e Denian Couto (Pode). Apenas Dalton Borba (PDT) defendeu a substituição da pena de cassação por outra mais branda.

Parecer no Conselho de Ética

O parecer do vereador Sidnei Toaldo foi concluído e apresentado no Conselho de Ética da Casa no dia 6 de maio, quando recebeu pedido de vista da vereadora Maria Letícia (PV).

Na conclusão, Toaldo aponta que, durante a invasão à igreja, Renato disse “palavras de natureza político-ideológica” junto aos manifestantes.

Conforme o parecer, imagens registradas do caso mostram que em nenhum momento Renato deixa “a liderança da manifestação e nem pede que os manifestantes se abstenham de tais práticas. Ao contrário, segue na liderança da manifestação, dirigindo-se aos manifestantes, em frente ao altar”.

Toaldo relatou que houve quebra de decoro por parte de Freitas. Leia, abaixo.

“Diante de todas essas razões, restando demonstrada a gravidade das condutas do representado vereador Renato Freitas, flagrantemente atentatórias ao decoro parlamentar, por abuso de sua prerrogativa, a conclusão deste parecer, – pelas disposições constantes dos dispositivos legais invocados -, é pela aplicação da medida disciplinar de perda de mandato, ao vereador Renato de Almeida Freitas Junior, nos termos do artigo 10, inciso I, do código de ética e decoro parlamentar da Câmara de Vereadores de Curitiba”, diz o texto.

À época, o advogado de Freitas afirmou que o processo deixou de ser jurídico e se tornou perseguição política. Ele considerou que o voto de Sidnei Toaldo violenta e afronta as provas produzidas no processo e reafirmou que Freitas não liderou a manifestação, desrespeitou a missa ou participou de discussão com o padre.

O pedido de vista na comissão, segundo a assessoria da Câmara, teve o objetivo de dar prazo para que o texto seja estudado em detalhe e, se for o caso, os membros possam apresentar voto em separado, ou com outra sugestão de pena, ou ainda pedindo o arquivamento.

As oitivas no Conselho de Ética começaram em 21 de março e terminaram em 11 de abril. Além de Freitas, 12 testemunhas foram ouvidas. O procedimento foi instaurado na CMC a partir de cinco representações que alegam, principalmente, quebra de decoro.

Vereador foi ouvido por outros oito parlamentares em 11 de abril — Foto: CMC

Vereador foi ouvido por outros oito parlamentares em 11 de abril — Foto: CMC

Na época, a Arquidiocese de Curitiba registrou Boletim de Ocorrência contra Renato Freitas. Segundo a Polícia Civil, o caso permanece sendo investigando.

A invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos aconteceu no dia 5 de fevereiro, durante protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho. O vereador integrava a ação.

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entra em igreja durante manifestação

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entra em igreja durante manifestação

O padre Luiz Hass disse que celebrava uma missa no local e que precisou interromper o culto diante da entrada dos manifestantes no templo. Freitas alega que o culto tinha acabado.

  • Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse invade igreja e interrompe missa durante manifestação, diz padre; vereador que participava disse que ato foi pacífico
  • Vereador que participou de invasão em igreja durante protesto pede desculpas: ‘Não foi intenção ofender o credo de ninguém’

No dia 9 de fevereiro, Renato Freitas falou sobre o assunto durante sessão ordinária na câmara e pediu desculpas pela atitude. Assista abaixo.

“Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas, e para essas pessoas eu sinceramente e profundamente peço perdão. Desculpa. Não foi, de fato, a intenção de magoar ou de algum modo ofender o credo de ninguém. Até porque eu mesmo, como todos sabem, sou cristão”, disse.

Vereador pede perdão por invasão em igreja durante protesto, em Curitiba

Vereador pede perdão por invasão em igreja durante protesto, em Curitiba

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Fonte: G1


20/05/2022 – Rota do Sol FM

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