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Existe uma grande variedade de opções de vassouras produzidas em materiais sintéticos, mas há quem não abra mão daqueles modelos mais antigos, feitos de palha de sorgo – assim como José e Tereza Gurski.
Há 32 anos o casal cultiva e produz essas vassouras em uma propriedade em Fazendinha, em Campo Largo, na região de Curitiba. A atividade ajuda a complementar a renda da família.
Vassouras são feitas de palha de sorgo. — Foto: Reprodução/RPC
“Nós começamos a fazer para uso próprio. Antigamente, nos quintais, o pessoal plantava e fazia vassoura”, conta José.
O pai dele também fazia vassouras, mas foi com o tio que José aprendeu o processo.
Seu Zé e Dona Terezinha produzem cerca de 700 vassouras de palha por ano. — Foto: Reprodução/RPC
Uma parte do trabalho depende da natureza. Primeiro, o plantio da espécie sorgo vassoura, que tem longas fibras que lembram palha, com pequenos grãos nas pontas.
O plantio precisa ser feito na primavera, porque, no inverno, a geada pode matar a planta com facilidade. São três meses de espera até começar a colheita, a primeira geralmente em dezembro. Depois, é preciso agrupar em maços, que vão formar a base da vassoura.
Antigamente, depois da colheita, as sementes eram retiradas à mão, com uma ferramenta própria. Mas, hoje, existem máquinas para facilitar esse processo.
Família cultiva a palha e produz as vassouras em uma propriedade em Campo Largo. — Foto: Reprodução/RPC
Na casa dos Gurski, Tereza e o filho montaram seu próprio aparato: uma ferramenta de madeira com um rolo adaptado com pregos que gira e remove rapidamente os grãozinhos.
Só na primeira colheita, são cerca de 300 maços, que rendem 100 vassouras.
Depois de retirar as sementes, é só colocar os maços para secar de dois a três dias no sol. A palha seca já lembra muito as vassouras que conhecemos, mas ainda falta amarrar cada parte com vime, que cresce em terra úmida.
O próprio casal colhe o material. Com uma ferramenta adequada que José criou, ele racha cada pedaço de vime em três partes, que depois são lixadas para ficarem mais finas ainda.
Seu Zé ensina repórter o processo de produção das vassouras de palha. — Foto: Reprodução/RPC
Os vimes ainda precisam ficar de duas a três horas na água para amolecerem e não quebrarem na hora de amarrar.
O segredo para deixar as vassouras bem amarradas é o prego na lateral do banco de José: uma ponta do vime fica presa ao prego, para deixá-lo bem esticado. Aí, ele vai enrolando o maço de palha, que depois é amarrado.
Em seguida, batidas ajudam a ajeitar as palhas para amarrá-las todas juntas. Com uma machadinha, José alinha as pontas dos maços de palha, deixando-os bem retos, e também corta a outra extremidade para encaixar o cabo da vassoura.
Seu Zé adaptou equipamentos para a qualidade da vassoura aumentar. — Foto: Reprodução/RPC
Por ano, Seu José e Dona Terezinha vendem 700 vassouras, com clientes que incluem os aviários da região, representantes comerciais e vizinhos.
Apesar de a maior parte da renda da família vir do trabalho de caminhoneiro de José, a produção de vassouras é muito mais do que um complemento financeiro.
“A gente usa mais como uma terapia. Às vezes a gente chega estressado das viagens e pega isso aqui para fazer e fica mais tranquilo. E vai indo assim”, conta José.