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A Polícia Civil retomou as investigações da morte da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. Após passar por uma série de mãos (leia mais abaixo), o caso hoje está sob os cuidados do delegado Marcos Fontes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba.
A adolescente desapareceu em 25 de junho de 2013, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Moradores encontraram o corpo dela três dias depois, em um terreno em frente a um parque de diversões. Segundo a polícia, ela foi estuprada.
Fontes também foi responsável pela investigação da morte da menina Raquel Genofre. O acusado de matar a jovem – condenado a 50 anos de prisão – foi identificado em 2019, onze anos após o crime, por exame de DNA.
Em entrevista ao g1 Paraná nesta segunda-feira (14), o delegado responsável pelo caso diz pretender concluir as investigações até junho.
Fontes afirma que as principais hipóteses com as quais trabalha seguem sendo de homicídio e de abuso sexual. “Tal qual o caso Raquel Genofre, a gente não está excluindo nenhuma linha de investigação”, diz.
Na época da morte de Tayná, quatro homens confessaram o crime e passaram a ser tratados como suspeitos. Porém, mais tarde, eles disseram terem sido torturados para fazer a confissão.
Policiais civis e o delegado Silvan Rodney Pereira foram acusados de torturar os suspeitos. Eles chegaram a ser condenados pelo crime de tortura. Porém, recorreram, e , em março de 2020, foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
Silvan Rodney Pereira era responsável pela Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, e foi o primeiro delegado a investigar a morte da Tayná. Outros delegados chegaram a ser designados para o caso, que segue sem solução.
Ao g1 Paraná, Fontes explica estar responsável, na DHPP, por investigar todos os homicídios cometidos em Curitiba de 2010 a 2018 e que, após um prazo de três anos, não tenham sido solucionados.
Ele foi designado a assumir o “Caso Tayná” no ano passado e, agora, enquanto estuda todo o material já coletado por seus antecessores, busca concluir o inquérito. O delegado evitar dar detalhes da investigação, que tramita sob sigilo.
Entre as diligências solicitadas pelo delegado estão a quebra do chamado sigilo telemático de todas as pessoas que teriam tido contato com Tayná na época do crime. A partir dos dados obtidos, a polícia poderá identificar, por exemplo, mensagens trocadas pela vítima nas redes sociais com possíveis suspeitos.
As pessoas com quem a adolescente teve contato também serão ouvidas pela polícia. No caso das pessoas do sexo masculino, explica o delegado, foi pedida a coleta do DNA.
Segundo Fontes, os homens identificados não são tratados como suspeitos e foram “convidados” a fazer a coleta do material genético. Todos contatados pela polícia aceitaram colaborar com as investigações, de acordo com o delegado.
A quebra de sigilo telemático é feita por uma empresa estrangeira, que ainda não envio o material à Polícia Civil. O DNA dos homens também está em processo de coleta.
O delegado não descarta incluir o material genético no mesmo sistema que ajudou a solucionar o caso Raquel Genofre, a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).
Em julho de 2013, os quatro homens que tinham sido presos pela polícia como autores do crime entraram no programa de proteção a testemunhas. Eles foram levados para outro estado.
Na época, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) explicou que a medida era necessária para garantir a integridade física do grupo, que testemunhou suposta tortura.
O delegado responsável pelo caso não descarta, por exemplo, concluir o inquérito sem provas suficientes da autoria do crime. Todas as possibilidades estão sendo apuradas, reforça.
Quem tiver informações sobre o crime e que possam colaborar com as investigações pode acionar a DHPP pelo número 0800-643-1121 ou ainda pelo 197.