Os suspeitos começam a conversa falando que são de uma facção criminosa e que possem informações de que o empresário está interferindo nos negócios da quadrilha. Por isso, eles exigem o pagamento de uma quantia em dinheiro.

Os golpistas dizem que, caso a vítima não envie o valor pedido, uma pessoa da facção será enviada para atacar o comércio ou até mesmo o empresário e a família.

O empresário Bruno Eduardo Neres Elba, que tem uma tabacaria em Cascavel, no oeste do Paraná, é uma das pessoas que recebeu essas ameaças. Ele repassou às RPC alguns áudios das ameaças que os golpistas fizeram a ele. Veja abaixo:

“Mas quem está correndo risco de vida aí é vocês, entendeu? Então, é melhor esclarecer isso aí porque meus guris tão tudo próximo a sua tabacaria aí, meu. Tudo aí na rua esperando a minha autorização pra entrar aí, executar vocês aí, e eu não tô deixando, entendeu? Que isso aí tá um problema grave aí. Tô vendo que eu vou ter que mandar invadir aí matar a senhora, né? Não é isso? Não quero derramar sangue inocente, não”, diz o golpista.

Bruno afirma que procurou a polícia logo após receber os áudios e fez um boletim de ocorrência. Ele foi orientado a não repassar nenhuma quantia em dinheiro, porque se tratava de um golpe.

“A pessoa começou a falar que alguém dedurou que a gente estava falando para a polícia sobre o tráfico de drogas na região e queria saber da minha parte, saber por mim o que estava acontecendo. Ele precisava ter uma certeza de que eu estava falando a verdade e precisava que eu mandasse um dinheiro para fortalecer o pessoal dele na região. Eu desliguei a ligação. Ficamos sabendo por parte de outros policiais que já havia outros relatos na cidade. Quando minha irmã escutou os primeiros áudios, ela ligou para a Polícia Militar e a policial que atendeu na hora falou que já era o quinto caso só naquele dia”.

O que diz a Polícia Civil

A Polícia Civil informou que tem conhecimento de tentativas semelhantes em Cascavel e região e entende se tratar de um golpe.

“Até o momento, não há informações de algum empresário que de fato tenha repassado dinheiro aos criminosos. A orientação é que diante de qualquer ameaça o empresário não deposite dinheiro e registre boletim de ocorrência”.

Denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar pelo 190 ou para a Polícia Civil pelo telefone 197.