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Um amor imenso representado por um pingente. Esta foi uma das formas encontradas pelos pais da curitibana Caroline Cardoso Mannah de eternizar a relação da família quando o casal comemorou 30 anos de matrimônio, em 2019.
As duas alianças foram derretidas para formar o pingente de um coração com um símbolo do infinito. Significados escritos e explicados em uma carta feita à mão pelo pai da professora de inglês.
Segundo Caroline, a corrente não saía do pescoço. Até que no dia 13 de maio deste ano, em Curitiba, ela conta que voltava a pé para casa quando um adolescente arrancou o colar do pescoço dela, no bairro Água Verde.
“Foi um desespero total, eu fiquei muito triste, só chorava. Passei o fim de semana me culpando, chorando porque a correntinha representava o amor da nossa família. Quando [os pais] entregaram a cartinha foi tudo muito bonito, não existia amor maior que aquilo”, desabafou.
Caroline e os pais em Curitiba — Foto: Arquivo Pessoal/Caroline Mannah
Só no primeiro trimestre deste ano, o Paraná registrou 42.145 furtos e 6.181 roubos. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública do Paraná. No mesmo período do ano anterior, foram registrados 37.372 furtos e 6.908 roubos.
De acordo com a Sesp, a variação entre os crimes registrados no primeiro trimestre de 2021 e deste ano representa queda de 20,08% no caso de furtos e alta de 11,67% no caso dos roubos.
Sobre a recuperação de objetos furtados ou roubados, a secretaria afirmou não fazer esse tipo de levantamento.
Caroline afirma que chegou a correr atrás do suspeito e contou com a ajuda de pessoas que passavam pelo local para alcançá-lo. Ele foi parado por um motociclista e levado para um local enquanto Caroline aguardava a chegada da polícia.
Quando os policiais apareceram, um boletim de ocorrência foi feito registrando “possível furto”, mas o jovem foi liberado por ser menor de idade.
Carol usava item todos os dias e em todas as ocasiões — Foto: Arquivo Pessoal/Caroline Mannah
Segundo Carol, ele não devolveu a corrente com o pingente apesar dos pedidos e disse a ela que havia jogado o item durante a corrida. Até a publicação desta reportagem, ela não havia reencontrado o objeto.
“É triste, né, porque não é o valor monetário, mas tinha um valor sentimental gigante. Eu queria manter aquela corrente com o pingente para sempre na minha família eternizando o amor que temos. Então é triste, eu pensava que ele podia ter levado meu celular, carteira, mas a corrente…”, contou.
Segundo Caroline, o pai acompanhou toda a situação do roubo por telefone. Isso porque ela estava falando com ele no momento em que teve a corrente levada.
“Ele pegou um carro por aplicativo e foi lá me ajudar e me acalmar. Levou um susto quando me ouviu gritar pelo telefone, se preocupou. Ele e minha mãe tentaram me tranquilizar durante todo o fim de semana, que não era culpa minha, e que era para eu ficar bem”, relembrou.
Família fez monumento em homenagem a adolescente morto em acidente com ônibus — Foto: Arquivo Pessoal/Fátima
Para Maria de Fátima Oliveira, que perdeu o filho em um acidente de bicicleta na canaleta de ônibus em Curitiba, o furto de um monumento em homenagem ao adolescente tirou o sono e a fome da mãe.
“Foi horrível o que fizeram. Respeito algum, empatia, nada. Não sei como alguém é tão ruim a ponto de ter coragem de fazer isso, tinha foto explicando o que aquilo significava. Eu estou até sem comer direito, sem dormir por causa disso”, lamentou.
Próximo ao local onde o jovem de 15 anos foi atropelado por um biarticulado, a família colocou a bicicleta, flores e uma foto da vítima para eternizar a memória.
Dali, foi levada a bicicleta e, tempos depois, os criminosos também levaram a roda que ficava parafusada a uma pedra. Veja, abaixo, como ficou o local.
Criminosos levaram itens do local — Foto: Arquivo Pessoal/Fátima
Ela contou que a família buscou a bicicleta em vários locais, inclusive em ferros-velhos próximos ao local, mas o veículo nunca foi localizado.
Procurada, a Prefeitura de Curitiba afirmou que “não há autorização para esse tipo de intervenção”.