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O juiz José Augusto Guterres determinou em audiência de custódia nesta terça-feira (3) que o policial federal Ronaldo Massuia fique preso preventivamente. No último domingo (1º), o agente de segurança foi preso em flagrante por atirar contra clientes de um posto de gasolina em Curitiba.
Na decisão, o juiz usou o fundamento de garantia da ordem pública e escreveu que “existe a probabilidade de que o preso possa voltar a cometer crimes graves caso seja colocado em liberdade neste momento”.
Guterres lembrou que, sem estar de serviço, Massuia usou uma arma da Polícia Federal para fazer diversos disparos em local público, “passando a praticar, com extrema frieza, a execução de pessoas que já se encontravam prostradas no chão sem esboçar qualquer tipo de reação – por motivos ainda não esclarecidos”.
A prisão preventiva é por tempo indeterminado. A defesa do policial disse que vai recorrer da decisão. Nesta terça, o policial federal foi transferido para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Ele deve responder por homicídio qualificado e por três tentativas de homicídio qualificado. Os disparos efetuados no posto de gasolina mataram uma pessoa e deixaram outras três feridas.
Em audiência de custódia, policial disse que há algum tempo se sente deprimido — Foto: RPC Curitiba
Testemunhas que estavam no posto de gasolina contaram que Ronaldo Massuia estava visivelmente alterado na loja de conveniência.
A RPC apurou que, antes de ir para o posto, o policial esteve em uma balada, em Curitiba. A reportagem conversou com uma pessoa que estava na mesma casa noturna naquele domingo.
Na condição de anonimato, o homem afirmou que o policial já demonstrava estar alterado e que iniciou uma confusão no banheiro masculino – que tinha acabado de ser fechado para a limpeza.
“Esse policial passou na frente de todo mundo, meio que empurrando e entrou. Lá dentro, o funcionário da limpeza pediu novamente se ele podia dar licença para continuar a limpeza, mas, mesmo assim, ele tirou a arma da cintura, ergueu pra cima e falou que era policial. Falou para o rapaz que tava na limpeza”, afirmou a testemunha.
Em entrevista coletiva nesta terça, o advogado de defesa do policial, Nilton Ribeiro, disse que o policial federal estava sob surto psicótico. Ele afirmou que apresentará provas da “debilidade psiquiátrica” do agente.
Mais tarde, a defesa confirmou que Ronaldo Massuia tem histórico de problemas psiquiátricos e que faz acompanhamento.
A RPC teve acesso ao vídeo da audiência de custódia. No vídeo, o policial é questionado se passava por tratamento e se tomava medicamentos para controle de algum distúrbio psiquiátrico. Ele respondeu que não, mas que há algum tempo se sentia deprimido. O advogado estava presente na audiência. Veja no vídeo acima.