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A mulher suspeita de atuar como falsa médica em Coronel Vívida, no sudoeste do Paraná, foi solta na quinta-feira (20), segundo a Polícia Civil. A polícia apura se algum paciente foi prejudicado pela investigada.
Conforme a polícia, a mulher foi presa em 13 de janeiro e teve liberdade concedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) após a defesa dela afirmar que a investigada não teria recurso para pagar fiança de 100 salários mínimos.
Em contrapartida, ela não pode sair de Coronel Vívida por mais de 7 dias e nem mudar de endereço sem avisar a Justiça.
O g1 Paraná não conseguiu localizar a defesa da suspeita.
A investigação que teve início porque colegas de trabalho desconfiavam da atuação da falsa médica, que realizava plantões na Unidade Básica de Saúde (UBS) Central do município.
Segundo a polícia, ela atuava havia quatro meses na unidade, mas não atendia casos graves.
“Ela por não ter formação, tirava plantão na área central porque o trabalho é feito por dois médicos. E quando surgia a situação de pacientes mais graves, com risco, ela apelava para que o colega que realmente é médico, atendesse o paciente”, disse o delegado Romulo Ventrella.
A mulher, segundo a polícia, é de Londrina, no norte do Paraná, e tem formação como técnica em química.
À polícia, ela informou que durante alguns anos atuou como recepcionista em clinicas médicas e como conhecia a rotina de trabalho, tentou se passar por médica.
Falsa médica foi presa no dia 13 de janeiro — Foto: Reprodução vídeo
Segundo a polícia, ela prescrevia medicamentos e solicitava exames para as pessoas que eram atendidas por ela. A polícia agora apura se houve algum paciente lesado pelo atendimento dela.
O delegado informou que a mulher usava o registro no Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) de uma médica que atua em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do estado, e que tem o mesmo primeiro nome que ela.
A suspeita poderá responder pelos crimes de exercício ilegal da medicina e estelionato, conforme a polícia.
Conforme o delegado, a suspeita era uma funcionária terceirizada por meio de uma licitação.
“Contratação de uma pessoa jurídica pelo município e essa pessoa jurídica é quem contrata esses médicos. E foi nessa contratação, ao nosso entender, que ocorreu o erro por não terem sido exigidos os documentos necessários”, comenta o delegado.
Segundo o delegado, ela demonstrou interesse na vaga e a documentação como CRM foi exigida. Mas ela teria iniciado a atuação sem entregar os documentos e quando eram solicitados, ela inventava situações para postergar a entrega.
Conforme a investigação, a mulher tentou aplicar o mesmo golpe em São João do Ivaí, no norte do estado, mas a empresa exigiu o diploma e ela apresentou um falso diploma, sendo descoberta a fraude.
O prefeito do município, Anderson Manique Barreto (PDT), informou que a administração tomou conhecimento do fato no início da semana e que a secretaria de saúde acionou a polícia para investigar o caso.
Em coletiva, ele disse que o município vai tomar as medidas cabíveis, especialmente na esfera jurídica, para eventualmente responsabilizar quem tenha essa responsabilidade.