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O filho dela foi baleado na cabeça na noite do último domingo (1º) pelo agente Ronaldo Massuia. A vítima estava lanchando do lado de fora da loja quando foi atingido pelo policial.
A mãe deveria ter sido ouvida como testemunha, mas foi dispensada pelo delegado porque não tinha condições de prestar depoimento. Completamente inconformada com o assassinato do filho, ela não conseguiu falar sobre o caso.
Andre Muniz Fritoli, de 32 anos, morreu após ser baleado por um policial federal, em Curitiba — Foto: Arquivo pessoal
Aos prantos, ela gritava o desejo de Justiça. “Meu menino, meu menino. Levaram meu menino”. O advogado Elias Mattar Assad falou em nome da família.
“[as vítimas] Foram escolhidas aleatoriamente. Eu não tenho outro exemplo que não como uma cena de terrorismo. Não há nenhuma justificativa para este ato”, disse.
Ronaldo Massuia está preso desde a madrugada de segunda-feira (2). Ele é policial federal desde 2002, e trabalhava como agente. No dia do crime, estava de sobre aviso no trabalho. Ele chegou ao posto com o carro oficial da PF e usou a arma da corporação nos disparos.
O advogado de defesa do policial, Danilo Alves, reiterou nesta sexta que o cliente teve um surto.
“Ali virou uma chave, né? Ele teve um surto naquele momento, por razões que vão ser esclarecidas no processo. E essa é a linha de defesa para ver se ele estava com as faculdades mentais dele naquele momento, se ele tinha consciência do que estava fazendo, o que a defesa vai comprovar que não estava”, afirmou o advogado.
O delegado responsável pelas investigações, Wallace de Oliveira Britto, argumenta que o policial sabia o que estava fazendo no momento dos disparos.
“A motivação foi ego exacerbado, talvez potencializado pelo uso de bebida, talvez não tenha controle emocional, o que é totalmente diferente de insanidade mental. Ao nosso ver ele tinha totalmente [sic] consciência do que ele estava fazendo”, avaliou o delegado.
Treze pessoas já foram ouvidas pela polícia, entre vítimas e testemunhas.
A polícia ainda tenta ouvir uma última testemunha do caso – considerada importante para as investigações: a ex-namorada do policial federal, que estava com ele no momento do crime, e pode esclarecer o que houve antes dos disparos.
VÍDEO: policial que baleou clientes em posto de combustíveis de Curitiba chegou ao local em carro da PF dirigido por mulher
A polícia civil tem até quarta-feira (11) para concluir o inquérito. Ronaldo deve ser indiciado por um homicídio triplamente qualificado e três tentativas de homicídio.
O fotógrafo de 32 anos era formado em Publicidade e Propaganda, mas trabalhava como fotógrafo de eventos. Ele morava com os pais e o único irmão, e namorava há seis meses.
André tinha acabado de sair de um show com a namorada. O casal parou no posto para fazer um lanche e sentou do lado de fora. Eles nem viram a confusão começar. Câmeras de segurança registraram os momentos de desespero. Veja abaixo.
Imagens mostram tiroteio em posto de gasolina em Curitiba
Segundo testemunhas, o policial federal chegou na loja de conveniência alterado. Houve uma confusão na fila do caixa, ele foi agredido por clientes e empurrado para fora. Na sequência, voltou dando vários tiros.
Além do fotógrafo, outras três pessoas foram atingidas à queima roupa. Duas já saíram do hospital e a outra, um rapaz de 24 anos, ainda está internado.