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O policial, segundo a Polícia Militar (PM), baleou quatro pessoas, no final da noite de domingo (1º), no bairro Cristo Rei. Uma delas, um homem que trabalhava como fotógrafo, morreu a caminho do hospital.
A motorista ferida e o colega de profissão que foram baleados estavam no local para fazer um lanche, segundo Guilherme Machado, representante do grupo de motoristas do qual os dois fazem parte.
A mulher foi encaminhada ao hospital, após ser atingida no ombro, perna e no abdômen. Ela gravou um áudio para os amigos do grupo contando o que aconteceu. Ouça, acima.
“Levei três tiros, nenhum afetou nenhum órgão importante. Graças a Deus, hoje estou só me recuperando para ir para casa. Está tudo bem. Nasci de novo. É isso aí, vamos continuar nosso propósito”, disse.
Machado disse que o grupo de motoristas, com um advogado representante, pretende acionar a Justiça para pedir a prisão preventiva do policial.
Ele relatou que os motoristas do grupo costumam frequentar o posto todos os dias e até mesmo em maior número.
“O que a gente precisa saber é como eles vão se sustentar, porque os dois vivem apenas do aplicativo. Todas as noites, tem o pessoal do grupo que está ali. Tem noites que a gente se reúne em 30 pessoas, e estava indo todo mundo para lá. Então, a tragédia poderia ter sido muito maior”, afirmou.
No início da manhã, a Central de Flagrantes de Curitiba informou que o policial federal, de 43 anos, chegou ao posto e, após ter se desentendido com um grupo de pessoas, incluindo um segurança do estabelecimento, por causa de uma vaga de estacionamento, sacou a arma e atirou.
Testemunhas disseram que o policial chegou ao posto nervoso e pediu por um isqueiro para que pudesse acender um cigarro. Ainda conforme testemunhas, clientes tentaram conter o agente, que pegou uma pistola 9 milímetros e começou a atirar em direção da loja de conveniência.
O policial estava com sinais de embriaguez, segundo a polícia, e atirou, atingindo as quatro pessoas.
O Boletim de Ocorrência da PM aponta que o policial atirou pelo menos 10 vezes em direção à loja de conveniência e que ele estava dirigindo um carro da Polícia Federal descaracterizado.
Vídeos gravados por um cliente do posto mostram o momento em que as vítimas feridas eram atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Assista, no vídeo abaixo.
Tiroteio em posto de combustíveis mata uma pessoa e deixa feridos, em Curitiba
O policial foi preso e encaminhado para a carceragem da Polícia Federal (PF) depois do flagrante realizado pela Polícia Militar. A PF informou que foi instaurado processo disciplinar pela corporação para apurar o fato, em paralelo com o processo criminal.
O delegado Tito Barrichello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o agente será investigado pela Justiça comum, além do procedimento da PF.
“Ele responde normalmente pelo crime, como cidadão comum. Naquele momento, não estava trabalhando. Aparentemente, há indícios de que a conduta é injustificável, até porque as vítimas estavam desarmadas. Então, nada justifica a subtração da vida. Não terá qualquer privilégio por ser um policial federal”, disse.
Ainda conforme o delegado, o policial não quis se pronunciar ao ser interrogado pela Polícia Civil. Apenas disse ter agido em legítima defesa.
A polícia informou que pretende verificar imagens de câmeras de segurança para compreender a dinâmica dos fatos e ouvir as vítimas que foram encaminhadas ao hospital.
Quatro pessoas foram baleadas e uma delas morreu durante tiroteio após discussão em posto de combustíveis de Curitiba — Foto: Luis Arthur do Nascimento