NOTÍCIAS


'Não me arrependo', diz brasileiro que decidiu lutar na guerra da Ucrânia; VÍDEO mostra bombardeio


Tiago Rossi, de 28 anos, é instrutor de tiro e mora em Maringá, no norte do Paraná. Atualmente, o jovem conta que está na região da fronteira entre a Polônia e a Ucrânia para dar apoio a famílias ucranianas que foram resgatadas pela legião.

Rossi afirmou que se sensibilizou ao assistir ao que estava acontecendo na Ucrânia e decidiu ingressar na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia para salvar vidas.

“O meu motivo de estar na guerra não é para acabar com a vida de uma pessoa, mas salvar pessoas. O mais difícil até agora foi ficar vivo. A decisão mais difícil da minha vida foi deixar minha família para vir para cá. Mas valeu por todas as pessoas que eu consegui ajudar. Não me arrependo.”

Após quase duas semanas no leste europeu, o brasileiro contou que se deparou com cenas horríveis de pessoas que tentam fugir da guerra.

Ao chegar na Ucrânia, Rossi disse que foi levado até uma base onde estavam membros de forças especiais e voluntários de países europeus que seriam treinados para confronto.

“Era algo totalmente novo, não só para mim, mas para todos os militares que estavam lá. Desde o primeiro dia, já teve quatro sinais de sirene de bombardeio e barulhos de bomba. Na primeira vez, fiquei muito assustado. Tocou a sirene, todos saem correndo”, contou.
Foto mostra interior das barracas onde foram instalados membros da Legião de Estrangeiros — Foto: Divulgação

Foto mostra interior das barracas onde foram instalados membros da Legião de Estrangeiros — Foto: Divulgação

O momento de maior tensão aconteceu na madrugada de domingo (13), segundo ele. Rossi disse que uma sirene com aviso de bombardeio tocou por volta das 3h. Momentos depois, um prédio da base foi alvo de mísseis.

O jovem lembrou que os voluntários estavam nas proximidades do prédio, instalados em barracas.

“A gente ouviu o barulho do míssil, e veio a primeira explosão. Na hora que caiu o míssil, o deslocamento de ar jogou a gente para fora das macas. Pensei que iria morrer”, disse.
Tiago é instrutor de tiro, formado em um clube de Arapongas — Foto: Arquivo pessoal

Tiago é instrutor de tiro, formado em um clube de Arapongas — Foto: Arquivo pessoal

Segundo o atirador maringaense, as bases contam com planos de fuga em caso de bombardeios. Depois do míssil atingir o prédio, as pessoas que estavam nas barracas começaram a cumprir com o plano e sair para uma região de floresta.

“Eu via os caças russos descendo, soltavam os mísseis e subiam. É algo bem assustador”, contou.

O grupo que estava no local se reuniu e decidiu ir para a região da fronteira com a Polônia, por ser um local mais seguro, de acordo com Rossi.

Ainda na Ucrânia, a força-tarefa se reorganizou para cumprir a missão que havia sido designada. Rossi não comentou qual era o objetivo da tarefa e afirmou que o assunto é sigiloso.

Depois do cumprimento da missão, Rossi contou que foi para a Polônia, na região de fronteira, onde está ajudando as famílias que saíram da Ucrânia.

“O que a gente mais vê é criança, mulher e idoso, porque os homens estão lá dentro da Ucrânia morrendo. É mulher chorando, crianças chorando, as estações de trem todas lotadas. Todo mundo na desgraça. É uma cena horrível de ver.”
Base militar foi atingida por bombardeio na Ucrânia — Foto: Divulgação

Base militar foi atingida por bombardeio na Ucrânia — Foto: Divulgação

O Itamaraty informou que não recomenda que brasileiros ingressem em território ucraniano enquanto o conflito estiver acontecendo.

O g1 entrou em contato com a Embaixada da Ucrânia no Brasil e com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia para solicitar informações sobre a Legião de Estrangeiros, mas não obteve retorno.

A Guerra da Ucrânia começou após a Rússia invadir o país do leste europeu no dia 24 de fevereiro. Desde então, diversas cidades ucranianas foram bombardeadas e milhares de civis tentam deixar o país.

Andrew Traumann, professor de Relações Internacionais do UniCuritiba, doutor em História e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas do Oriente Médio (Gepom), explica que as tensões no leste europeu começaram ainda na década de 1990.

Para o professor, o estopim para a invasão foi a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é uma aliança militar entre Estados Unidos e vários países da Europa, e a possibilidade da entrada da Ucrânia no grupo.

“Esse processo se acelerou muito a partir do 11 de setembro, durante o governo do presidente norte-americano George W. Bush, que estimulou essa expansão. A gente percebe como que a Rússia ficou geopoliticamente cercada. A questão da Ucrânia foi como se fosse uma linha vermelha”, explicou.

Traumann disse ainda que, na visão russa, Putin resolveu agir preventivamente, pois entende como inadmissível a entrada da Ucrânia na Otan, já que a Rússia passaria a estar cercada militarmente.

O professor também descarta a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial, por causa do conflito. Para ele, os países da Otan não devem entrar em combate armado contra a Rússia.

“A Otan e os Estados Unidos não vão se arriscar em uma guerra por causa da Ucrânia. O uso de armas nucleares é um grande fator de dissuasão, porque ninguém quer pagar para ver”, disse.



Fonte: G1


16/03/2022 – Rota do Sol FM

SEGUE A @ROTADOSOLFM

(45) 3287-1475

rotadosolfm@hotmail.com
Boa Vista da Aparecida – PR
Rua Celmo Miranda, 802 – Alto da Colina

NO AR:
EXPERIÊNCIA DE DEUS