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O renomado Nelson rodrigues não poderia ficar de fora deste edição simbólica do Festival de Curitiba. A remontagem de “O Casamento” endossa a programação com parte do elenco original da peça de 1997, incluindo a atriz curitibana Guta Stresser.
Naquele ano, a montagem da companhia Os Fodidos Privilegiados causou alvoroço e sucesso ao levar ao palco a tragicomédia de forma ágil e engraçada em uma adaptação de João Fonseca, em parceria com o premiado diretor Antonio Abujamra. O resultado do trabalho rendeu o Prêmio Shell.
Neste ano serão duas apresentações, nos dias 09 de abril (21h) e 10 de abril (19h), no Teatro da Reitoria.
Um dos destaques é a trilha sonora, assinada por André Abujamra, filho do primeiro diretor da peça.
A remontagem mantém o apelo cômico da adaptação de Fonseca e Abujamra para contar a história de Dr. Sabino (João Fonseca), um rico empresário, que descobre na véspera do casamento da filha adorada, Glorinha, (Guta Stresser), que seu futuro genro é homossexual.
A história se passa no Rio de Janeiro da década de 1960 e foi proibida pela censura na época.
Nas redes sociais, a atriz Guta Stresser comemorou o retorno deste clássico do Festival de Curitiba. “Nós, os Fodidos Privilegiados, em comemoração aos 25 anos deste espetáculo, completando bodas de prata, participaremos deste FTC, onde em 1997 estreamos O Casamento”!
‘O Casamento’ e baseado na obra de Nelson Rodrigues — Foto: Divulgação
Lançado em 1966, “O Casamento” é o único romance que o dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) assinou com o próprio nome, sem recorrer a pseudônimos ou a publicação em capítulos em folhetins de jornal.
Apesar do grande sucesso de vendas (oito mil exemplares nas duas primeiras semanas), o livro foi proibido pelo então ministro da Justiça, Carlos Medeiros Silva, por conta da “torpeza das cenas descritas e a linguagem indecorosa em que está vazado”.
De acordo com a censura, o romance era “um atentado contra a organização da família”. Mesmo liberada no ano seguinte por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a obra ficou no limbo por uma década e só voltou a chamar atenção em 1975, quando virou filme nas mãos do cineasta Arnaldo Jabor (1940-2022).
Em 1993, o livro foi finalmente publicado pela editora Companhia das Letras.