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A Polícia Civil informou na terça-feira (26) que identificou quem é o motorista, que deve ser indiciado por lesão corporal e injúria qualificada – quando uma ofensa é motivada por cor, raça ou etnia.
O delegado responsável pelas investigações, Paulo Renato de Araújo, informou que a passageira – a professora da rede estadual de ensino Dayane Padilha, de 33 anos – prestou depoimento, e que o motorista também foi chamado a depor.
À polícia, a professora afirmou que o motorista se recusou a deixá-la no destino e a arrancou do carro no meio do trajeto. O GPS, afirma, estaria indicando um local diferente do solicitado.
“Ele começou a me xingar, começou a me ofender. Eu acredito que teve uma dose de motivação racista, sim, por conta das ofensas que ele profere, de falar que não vai levar ninguém a aldeia indígena, começou a me chamar de ‘pé de barro’, mas acho que o surto dele de violência foi porque ele percebeu que eu tava gravando”, conta.
A professora disse que estava a caminho do Território Floresta Indígena Estadual Metropolitana para atividades em alusão ao abril indígena.
A passageira gravou a situação, que aconteceu no dia 20 de abril, uma quarta-feira, quando usou o aplicativo 99 para se deslocar de um supermercado em Piraquara até a aldeia indígena do município. Assista ao vídeo acima.
Enquanto dirigia, homem tentou agredir passageira — Foto: Divulgação
À RPC, a professora disse que, apesar de ser difícil relembrar do episódio, se sente aliviada por ver que o caso não deve ficar impune e que as investigações avançam.
A empresa 99, pela qual o investigado prestava serviço no momento da agressão, disse que bloqueou permanentemente o perfil do motorista e que lamenta profundamente o ocorrido.
“Mobilizamos uma equipe que realizou acolhimento à Dayane e suporte para acionamento do seguro. Também efetuamos o estorno do valor total pago na corrida. A plataforma está disponível para colaborar com as investigações das autoridades locais”, disse a empresa.
A 99 disse ter uma política de tolerância zero à qualquer tipo de discriminação e violência.
“Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações”, disse em nota.
Dias depois do ocorrido, no sábado (23), a professora disse que finalmente conseguiu ir até a aldeia apresentar à comunidade trabalhos feitos por seus alunos sobre os povos indígenas.
Professora conseguiu neste sábado (23) mostrar à aldeia trabalho sobre os povos indígenas — Foto: RPC Curitiba