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Os trabalhos para a construção da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e Hernandarias, no Paraguai, tiveram início em 1974, com a chegada das primeiras máquinas no local do canteiro de obras.
Só que antes disso, a hidrelétrica, conhecida por unir os dois países, já tinha muita história. Foi ainda no século XVIII que tudo começou, com a disputa entre Brasil e Paraguai pela posse de terras na região do salto de Sete Quedas.
O 57º episódio do PodParaná, publicado nesta sexta-feira (24), mostra um pouco dos bastidores dessa construção que impactou a trajetória dos dois países, e em especial marcou o Paraná.
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PodParaná: toda sexta-feira um novo episódio — Foto: Arte/RPC
Devido à grandeza da obra, a Usina Hidrelétrica de Itaipu foi considerada, em 1995, uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, pela Associação Americana de Engenharia Civil (ASCE).
Até ser levantada, milhares de profissionais atuaram no canteiro de obras, que funcionava 24 horas por dia. Para se ter ideia, no auge da construção havia mais de 40 mil operários no canteiro.
Por causa dos profissionais, a região da fronteira se transformou entre 1975 e 1978. Mais de nove mil moradias foram construídas às margens do Rio Paraná, que liga os dois países.
Para ajudar a suprir o concreto necessário na construção, foram implantadas quatro centrais de britagem (produção de agregados) e seis centrais de concreto, com capacidade de 180 metros cúbicos/hora. — Foto: Arquivo Itaipu
Naquela época, Foz do Iguaçu tinha duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes.
Com a construção, em dez anos, a população da cidade passou de 100 mil habitantes.
O mineiro e barrageiro Domingos Rodrigues, de 75 anos, foi um desses trabalhadores. Ele atuava na balança dos materiais de construção e lembra com detalhes da rotina na obra.
“É só você imaginar, se a gente conseguia concretar um prédio de mais de 20 andares em pouco mais de 55 minutos, em proporção ao volume de concreto, você imagina a muvuca que era, britadores, higienização da brita, o gesso virava água dentro da gigantesca betoneira, os oito cabos aéreos, toda essa movimentação, era realmente uma coisa indescritível.”
Barrageiro Domingos Ramos trabalha no setor de turismo contando a história da usina aos visitantes — Foto: Itaipu Binacional/Divulgação
A museóloga Letícia Acosta Porto, do Ecomuseu de Itaipu, e mestra em Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), disse que a movimentação dos funcionários, com profissionais dos dois países, era imensa.
“O projeto foi finalizado, de fato, em 2007 com a instalação das últimas unidades geradoras. Alguns números que a gente tem da obra, falando dos barrageiros, para você ter ideia, o consumo diário no pico da construção da usina, era de quatro toneladas de arroz, uma tonelada e meia de feijão, cinco toneladas de carne e três toneladas de salada, para vocês verem que era e é tudo gigante quando a gente fala em números da Itaipu”, contou.
As Sete Quedas, da região de Guaíra, no oeste do estado, também foram mencionadas no episódio. Elas foram engolidas pelas águas do Rio Paraná em outubro de 1982, para a criação do Lago de Itaipu.
A história sobre as quedas foi tema do #46 PodParaná. O programa tratou dos impactos econômicos e sociais causados pela construção da usina, principalmente em Guaíra.
Sete Quedas foram inundadas pelo Lago de Itaipu — Foto: Cedoc/RPC
Em outubro de 2021, a hidrelétrica binacional atingiu a marca de 50 milhões de megawatts-hora (MWh) gerados no ano.
O volume de energia seria suficiente para abastecer o planeta Terra por 19 horas, o Brasil por um mês e sete dias e o Paraguai por dois anos e 11 meses, segundo a usina.
O PodParaná tem episódios semanais que contam a história de moradores do estado e trata de temas importantes para os paranaenses. Para sugerir temas e interagir com a equipe, os ouvintes podem usar o aplicativo Você na RPC.