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Nascido Napoleon Potyguara Lazzarotto, “Poty” veio ao mundo no aniversário de Curitiba: 29 de março de 1924. O artista é um dos paranaenses mais conhecidos por seu trabalho no estado e no país, com uma variedade de obras murais, gravuras, desenhos e cerâmica.
Filho do casal de italianos, Issac Lazzarotto e Julia Tortato Lazzarotto, Poty começou a se expressar por meio da arte ainda criança.
Em rara entrevista, o único irmão do artista, João Geraldo Lazzarotto, de 89 anos, contou ao g1 que Poty “nasceu desenhando”. João compartilhou com o PodParaná essa e outras memórias da família que a vida toda se estabeleceu no bairro Cajuru, em Curitiba.
PodParaná: toda sexta-feira um novo episódio. Ouça no G1 e em diversas plataformas — Foto: Arte/RPC
Tabelião, João abriu ao g1 as portas da casa de madeira localizada no mesmo terreno do cartório do qual é dono e que é uma réplica do restaurante “Vagão do Armistício”. O estabelecimento tocado pela mãe, Júlia, era famoso pelos pratos típicos italianos e que atraíram o então interventor do estado Manoel Ribas.
Réplica do restaurante ‘Vagão do Armistício’ guarda desenho feito por Poty no estabelecimento original — Foto: Ana Krüger/g1 Paraná
Ribas, conta, ficou encantado pelos desenhos de Poty e conseguiu que o jovem ganhasse uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
“Eu fui com o Poty até o Palácio Iguaçu, me lembro perfeitamente quando fui lá, tinha uma porta de vidro e uma cortina e, quando fui passar, dei uma topada na porta e quase quebrei o dedo. Aí o Seu Ribas comunicou que o Poty estaria matriculado na Escola de Belas Artes”, lembra João.
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Manoel Ribas visita a primeira exposição de Poty Lazzarotto — Foto: Arquivo pessoal/João Lazzarotto
O artista morreu em 1998, mas suas obras e legado seguem vivos na história de Curitiba e do Paraná. Suas milhares de produções – entre desenhos, gravuras, murais e esculturas – estão espalhadas por espaços públicos do estado e museus.
Curador da galeria mais antiga em funcionamento em Curitiba, Robson Krieger – filho do paisagista Ricardo Krieger e amigo de Poty – afirma que o artista é um verdadeiro retrato de Curitiba.
“Ele sempre mostrou e sempre valorizou o que ele tinha aqui no Paraná. Então, as histórias dos vizinhos jogando bocha, dos italianos jogando truco, o carteado ou qualquer outro jogo é o que o Poty representava muito bem nos seus trabalhos”, afirma.
O PodParaná tem episódios semanais que contam a história de moradores do estado e trata de temas importantes para os paranaenses. Para sugerir temas e interagir com a equipe, os ouvintes podem usar o aplicativo Você na RPC.
Mural do Poty Lazzarotto ilustra a fachada do Teatro Guaíra — Foto: Divulgação/Teatro Guaíra/Karin van der Broocke
A educadora artística Daniela Pedroso é autora do livro “Poty: Murais Curitibanos” e, por conta do pai, o também artista Domício Pedroso, conviveu com Poty. A proximidade, contou ao PodParaná, fez com que ela dedicasse pesquisa ao trabalho do artista.
Daniela Pedroso explica como as obras do paranaense trazem referências de diversas épocas, característica inspirada pela paixão de Poty pelo cinema e que se refletiram em seu trabalho.
Este ano, João Lazzarotto doou ao Museu Oscar Niemeyer mais de quatro mil obras do irmão e que passam a fazer parte do acervo do MON. Para a diretora-presidente do museu, Juliana Vosnika, o incremento é uma oportunidade de o público conhecer e, principalmente, ser inspirado pelo trabalho do artista.
No teto da casa de madeira, desenhos de Poty que encantaram Manoel Ribas — Foto: Ana Krüger/g1 PR