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A defesa da família de Francisquini contestou a indicação da Polícia Civil, que foi publicada em relatório complementar no último dia 26 de maio. Leia mais abaixo.
O documento, assinado pela delegada Daniela Correa Antunes Andrade, avaliou que os policiais envolvidos na ação agiram em legítima defesa e, por isso, não os indiciou e pediu o arquivamento do caso. Em julho de 2019, a PM também sugeriu o arquivamento de inquérito contra os policiais.
Francisquini morreu no carro em que estava, ao ser alvejado por tiros na Praça da Espanha após fugir de uma abordagem policial. No carro dele, segundo a polícia, uma pistola foi apreendida. A família nega que ele estivesse armado.
Os três envolvidos chegaram a ser afastados para tratamento psicológico, segundo a PM. O caso foi marcado por impasse judicial, com suspensão do inquérito temporariamente pela Justiça.
“O simples relato dos familiares da vítima alegando que este não possuía arma de fogo e que não tinha perfil de quem possuiria não é suficiente para afirmar que ele não tinha arma de fogo. A arma de fogo foi apreendida pelos policiais militares no local dos fatos, onde havia muitas pessoas no entorno e, apesar de não aparecer este momento específico nas imagens juntadas aos presentes autos, não se apurou nenhum indício de que a arma de fogo não estivesse realmente com a vítima quando esta morreu”, diz o documento da polícia.
Imagens de câmeras de segurança mostram o empresário Andrei Francisquini ao tentar fugir da abordagem de policiais militares — Foto: Reprodução/RPC
Com a finalização do inquérito, segundo a Polícia Civil, o resultado será avaliado pela Promotoria de Justiça, que poderá pedir o arquivamento ou denunciar os envolvidos, o que iniciaria um processo criminal.
Em nota, o advogado Claudio Dalledone Júnior, que defende os policiais, disse que a avaliação da Polícia Civil foi criteriosa, reforçando que os envolvidos agiram “em defesa própria e em defesa de terceiros”.
Os advogados da família do jornalista, Paulo Cezar de Cristo e Bruno Landarin Horn, disseram que a família ficou surpresa com o posicionamento no relatório, o que os deixou apreensivos frente “ao longo destes três anos de investigação, paralisação e retorno das atividades com a delegada”.
Informaram, também, que apesar de discordarem, eles respeitam a indicação e irão aguardar a posição do Ministério Público quanto ao documento.
Em 12 de maio de 2019, conforme a investigação, o jornalista e publicitário estava sozinho no carro, na Avenida Vicente Machado, e fugiu de uma abordagem de policiais militares. A perseguição terminou na Praça da Espanha, com o carro de Andrei alvejado pela polícia.
O Boletim de Ocorrência apontou que o carro foi atingido por 16 tiros.
Andrei Francisquini tentou fugir de uma abordagem de policiais militares, em Curitiba, segundo a polícia — Foto: Tonny Mattoso/RPC
Na época, a PM informou que o empresário foi baleado porque fugiu e portava uma arma no veículo. A família de Andrei negou que ele estivesse armado.
Andrei morreu antes da chegada de uma equipe do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).
A mãe de Andrei, Daisy Orsini, afirmou que o filho tinha uma prestação do veículo atrasada e estava com o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) vencido.
Em entrevista à RPC, ela disse acreditar que Francisquini pode ter fugido da abordagem por causa das pendências do carro.