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O caso é investigado pela Delegacia de Piraquara e aconteceu na semana passada (relembre abaixo). Segundo a polícia, o motorista deve ser indiciado por lesão corporal e injúria qualificada – quando uma ofensa é motivada por cor, raça ou etnia.
Nesta terça, o delegado responsável pelas investigações, Paulo Renato de Araújo, colheu o depoimento da passageira – a professora Dayane Padilha. De acordo com Araújo, o motorista também foi chamado a prestar depoimento.
Enquanto dirigia, homem tentou agredir passageira — Foto: Divulgação
À RPC, a professora disse que, apesar de ser difícil relembrar do episódio, se sente aliviada por ver que o caso não deve ficar impune e que as investigações avançam.
A empresa 99, pela qual o investigado prestava serviço no momento da agressão, disse em nota que bloqueou permanentemente o perfil do motorista e que lamenta profundamente o ocorrido.
“Mobilizamos uma equipe que realizou acolhimento à Dayane e suporte para acionamento do seguro. Também efetuamos o estorno do valor total pago na corrida. A plataforma está disponível para colaborar com as investigações das autoridades locais”, disse a empresa.
Além disso, a 99 disse ter uma política de tolerância zero à qualquer tipo de discriminação e violência.
“Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações”, disse em nota.
Dayane Padilha é professora da rede estadual de ensino e tem 33 anos. No dia 20 de abril, uma quarta-feira, ela usou o aplicativo 99 para se deslocar de um supermercado em Piraquara até uma aldeia indígena do município.
À polícia, ela afirma que o motorista se recusou a deixá-la no destino e a arrancou do carro no meio do trajeto. O GPS, afirma, estaria indicando um local diferente do solicitado.
“Ele começou a me xingar, começou a me ofender. Eu acredito que teve uma dose de motivação racista, sim, por conta das ofensas que ele profere, de falar que não vai levar ninguém a aldeia indígena, começou a me chamar de ‘pé de barro’, mas acho que o surto dele de violência foi porque ele percebeu que eu tava gravando”, conta.
Veja as imagens registradas pela passageira:
Motorista se recusa a levar passageira a comunidade indígena e arranca ela do carro
A professora estava a caminho do Território Floresta Indígena Estadual Metropolitana para atividades em alusão ao abril indígena.
Dias depois, no sábado (23), ela finalmente conseguiu ir até a aldeia apresentar à comunidade trabalhos feitos por seus alunos sobre os povos indígenas.
Professora conseguiu neste sábado (23) mostrar à aldeia trabalho sobre os povos indígenas — Foto: RPC Curitiba