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Investimentos em tecnologia têm ajudado produtores de frutas de Curitiba e região metropolitana. Pomares cobertos; frutas protegidas do granizo
Os investimentos em tecnologia têm ajudado produtores de frutas da região de Curitiba a aumentar a produtividade. Para evitar problemas com mal tempo, a solução tem sido cobrir o pomar inteiro.
Fim do ano é época de ameixa e pêssego. Na propriedade do fruticultor Gilberto Olchel, em Araucária, a colheita de pêssegos chegou a cem toneladas neste ano. Até janeiro, ele espera colher 200 toneladas de ameixa. Um aumento de 50% em relação ao ano passado.
“Este ano a safra de ameixa está excelente. Tivemos problemas com algumas doenças, mas a gente tem monitorado. Em 2019 tivemos uma super safra, 2020 diminuiu um pouco. E a tendência para esse ano é colher uma safra cheia”, comenta.
A família trabalha com frutas há 20 anos e toda a produção é vendida em Curitiba e Região Metropolitana. Para que a ameixa tenha mais sabor, o agricultor só colhe a fruta quando ela está madura.
Também em Araucária, Waldomiro Gayer Neto produz ameixas na propriedade que pertence à família há mais de 100 anos. São 29 hectares de pomar e toda produção tem muita tecnologia. Telas cobrem uma área de 280 mil metros quadrados e protegem as plantas de chuva de granizo.
Pomar de maçã com cobertura de tela antigranizo branca.
Fábio Ribeiro dos Santos/Embrapa
Elas foram instaladas depois que eles perderam quase toda a produção em uma forte tempestade de granizo há alguns anos.
“Ela é fundamental para que você consiga produzir hoje com qualidade, porque é uma fruta muito sensível. Qualquer pedra que caia vai danificar”, diz.
O fruticultor conta que a expectativa é produzir mil toneladas. E complementa:
“Se eu não tivesse a tela, teria perdido a metade, umas 500 toneladas”.
Tecnologia auxilia na produção
Com o computador ele monitora as temperaturas mínimas e máximas da região, a quantidade de chuvas e o aparecimento de pragas. São informações importantes para decidir sobre irrigação, adubação e o uso de defensivos.
“Temos uma estação meteorológica que vai passando informações e por meio dela. Isso é útil para a tomada de decisão e embalagem, já que o nosso produto é todo rastreado”, afirmou o produtor.
O comentário da propriedade é que as árvores carregadas parecem árvores de Natal. Ao invés de bolas vermelhas, há ameixas maduras, prontas para serem colhidas. Esse trabalho de retirada é manual e feito com todo o cuidado para não danificar a fruta.
Do pomar, elas são levadas para um barracão, onde máquinas ajudam na seleção. Funcionários separam as ameixas mais verdes, muito maduras ou machucadas. Depois, um outro equipamento lava e seca. Na sequência, elas são separadas por peso.
As caixas de ameixas são conservadas em câmaras frias, a uma temperatura de zero grau e umidade adequada: tudo controlado por um aplicativo de celular. Também pelo aparelho telefônico o consumidor pode ter informações sobre a produção, a partir de um código impresso nas etiquetas de todas as caixas.
Até fevereiro, a expectativa da Secretaria de Agricultura do Paraná é de que o estado produza 9, 5 mil toneladas de pêssego e cerca de sete mil toneladas de ameixa – números semelhantes à última colheita. A diferença é que neste ano as frutas estão maiores.
“Para as frutas de caroço, teve seca no início do engordamento das gemas. Depois, no inverno, quando elas deveriam estar quebrando a dormência, houve um calor excessivo – chegamos aqui na região metropolitana a temperaturas de 30 graus em julho. Então, no fim do inverno e início da primavera, os dias foram muito cobertos, não havendo exposição ao sol”.
E isso fez com que as brotações fossem mais limitadas. Se por um lado, a tendência é que a oferta de frutas seja a mesma, por outro lado vai fazer com que as frutas sejam maiores devido ao menor florescimento”, detalha Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural – SEAB-PR.
Para quem gosta de pêssego e ameixa é bom aproveitar logo, porque a oferta dessas frutas produzidas aqui no estado dura somente dez semanas – até o início de fevereiro. Depois disso, os mercados vendem apenas frutas importadas e, geralmente, bem mais caras.
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Fonte: G1