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Relator do processo que apura conduta de Renato Freitas no Conselho de Ética da Câmara de Curitiba pede cassação do mandato do vereador em parecer


O relator do processo disciplinar que apura a conduta do vereador Renato Freitas (PT) no Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba concluiu o parecer do caso com o pedido pela cassação do mandato do parlamentar.

Segundo a assessoria da câmara, o relator Sidnei Toaldo (Patriota) concluiu o parecer, mas o texto não foi lido oficialmente devido a um pedido de vista, feito pela vereadora Maria Leticia (PV). A deliberação do parecer foi adiada para terça-feira (10).

Renato Freitas é acusado de quebra de decoro por invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, durante uma manifestação contra ao racismo.

A RPC e o g1 tiveram acesso ao parecer, que é de conhecimento dos membros da comissão de Ética mas ainda não está publicado no Sistema de Proposições Legislativas da Casa, segundo a assessoria da câmara.

Na conclusão, Túlio aponta que o parlamentar disse “palavras de natureza político-ideológica” junto aos manifestantes.

Conforme o parecer, imagens registradas do caso mostram que em nenhum momento Renato deixa “a liderança da manifestação e nem pede que os manifestantes se abstenham de tais práticas. Ao contrário, segue na liderança da manifestação, dirigindo-se aos manifestantes, em frente ao altar”.

Na conclusão, Túlio relata que houve quebra de decoro por parte de Freitas. Leia, abaixo.

“Diante de todas essas razões, restando demonstrada a gravidade das condutas do representado vereador Renato Freitas, flagrantemente atentatórias ao decoro parlamentar, por abuso de sua prerrogativa, a conclusão deste parecer, – pelas disposições constantes dos dispositivos legais invocados -, é pela aplicação da medida disciplinar de perda de mandato, ao vereador Renato de Almeida Freitas Junior, nos termos do artigo 10, inciso I, do código de ética e decoro parlamentar da Câmara de Vereadores de Curitiba”, diz o texto.

O vereador afirmou, em sessão na câmara, antes da abertura do processo, que não liderou o ato, que a entrada na igreja foi pacífica e que não houve desrespeito à fé católica.

O pedido de vista na comissão, segundo a assessoria da Câmara, tem o objetivo de dar prazo para que o texto seja estudado em detalhe e, se for o caso, os membros possam apresentar voto em separado, ou com outra sugestão de pena, ou ainda pedindo o arquivamento.

A Casa destacou que o parecer do relator só será publicado quando for lido no Conselho de Ética.

A depender da decisão da Comissão de Ética, o parecer aprovado pode ser encaminhado ao plenário, onde será avaliado e votado por todos os vereadores.

Renato Freitas é alvo de críticas desde o dia 7 de janeiro, após invadir igreja com grupo de manifestantes — Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Renato Freitas é alvo de críticas desde o dia 7 de janeiro, após invadir igreja com grupo de manifestantes — Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

As oitivas no Conselho de Ética começaram em 21 de março e terminaram em 11 de abril. Além de Freitas, 12 testemunhas foram ouvidas.

O procedimento foi instaurado na CMC a partir de cinco representações que alegam, principalmente, quebra de decoro.

As queixas contra Freitas foram apresentadas pelos vereadores Eder Borges (PSD); Pier Petruzziello (PTB); Pastor Marciano Alves e Osias Moraes, ambos do partido Republicanos; e pelos advogados Lincoln Machado Domingues, Matheus Miranda Guérios e Rodrigo Jacob Cavagnari.

Vereador foi ouvido por outros oito parlamentares em 11 de abril — Foto: CMC

Vereador foi ouvido por outros oito parlamentares em 11 de abril — Foto: CMC

Na defesa prévia protocolada pelo parlamentar em 17 de março, ele pediu o arquivamento do processo, alegando que o mesmo é “insubsistente, totalmente descabido e verdadeiramente temerário”.

Na época, 40 nomes foram indicados para serem ouvidos como testemunhas. O conselho alegou que a quantidade afetava o regimento interno e pediu para reduzir para 10. Houve um acordo e foram acatadas 30 testemunhas, porém, posteriormente, a defesa optou por utilizar apenas 11 nomes.

No documento, o advogado Salles Gonçalves diz que Renato não liderou a manifestação e tampouco praticou “qualquer conduta incompatível com o exercício da sua função”.

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entrou em igreja durante manifestação, em Curitiba — Foto: Reprodução

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entrou em igreja durante manifestação, em Curitiba — Foto: Reprodução

A defesa de Renato Freitas negou, também, que o vereador tenha perturbado e interrompido a missa na Igreja do Rosário, o que as representações entenderam se caracterizar como crime de violação de prática religiosa.

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entra em igreja durante manifestação

Grupo que pedia justiça pela morte de Moïse entra em igreja durante manifestação

Na época, a Arquidiocese de Curitiba registrou Boletim de Ocorrência contra Renato Freitas. Segundo a Polícia Civil, o caso permanece sendo investigando.

A invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos aconteceu no dia 5 de fevereiro, durante protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho. O vereador integrava a ação.

O padre Luiz Hass disse que celebrava uma missa no local e que precisou interromper o culto diante da entrada dos manifestantes no templo. Freitas alega que o culto tinha acabado.

No dia 9 de fevereiro, Renato Freitas falou sobre o assunto durante sessão ordinária na câmara e pediu desculpas pela atitude. Assista abaixo.

“Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas, e para essas pessoas eu sinceramente e profundamente peço perdão. Desculpa. Não foi, de fato, a intenção de magoar ou de algum modo ofender o credo de ninguém. Até porque eu mesmo, como todos sabem, sou cristão”, disse.
Vereador pede perdão por invasão em igreja durante protesto, em Curitiba

Vereador pede perdão por invasão em igreja durante protesto, em Curitiba

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Fonte: G1


06/05/2022 – Rota do Sol FM

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